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Uma nova jornada – Parte VI: novas experiências

– Becky você irá me matar desse jeito!

– Só se for de prazer, dear. Novas experiências devem ser sempre bem-vindas…

Naquele momento, eu não podia evitar o sorriso e o desejo que transpareciam em meu rosto. E, afastando a sede pelo sangue de Lorenzo lembrei-me que após aquela noite, demoraríamos um tempo para ter momentos juntos e íntimos novamente.  Após aquela típica festa de fim de ano, eu já havia passado pelos primeiros processos e soube que meu pequeno treinamento seria semelhante ao de um iniciante para que eu pudesse vivenciar todas as etapas com maior aprofundamento. Antoni me acompanharia, para dar suporte quando necessário. Tive algumas aulas teóricas, conhecendo um pouco da história e métodos do clã. Fiz alguns testes básicos na qual me destaquei e fui avisada de que a partir de então, algumas fases poderiam se tornar mais difíceis, pois testariam meus limites, para aflorar meus poderes e instintos.

– Vou sentir sua falta – Disse Lorenzo ofegante, interrompendo meus pensamentos. – Você realmente precisa desse… “isolamento”?

– Parece que sim. – Falei desanimada ao lembrar esse detalhe – Mas, serão só alguns dias, querido.  Estive pensando. Você não sente falta de sua vida, digo antes disso tudo?

– Às vezes sim, às vezes não. Era uma vida vazia. Estou contente por estar com você… Antoni tem uma aparência atraente, não acha? – Falou mudando repentinamente de assunto.

– Sua aparência às vezes me deixa encabulada, na realidade. – Por um instante parei – Lorenzo, Antoni lhe atrai?

– Atrairia se fosse um tempo atrás. E a você? Ele atrai?

– Aonde quer chegar com isso? Como falei, fico apenas encabulada. Você deve saber o motivo…

Felizmente, Lorenzo não insistiu no assunto, afinal, isso não era da conta dele. Um tempo depois, a senhorinha de olhos cor de mel ajudou-me a organizar o novo quarto na qual eu ficaria. Este em um local mais afastado dos outros aposentos. E durante nossas conversas ela revelou chamar-se por Lúcia. Havia sido uma serviçal de confiança para Antoni, durante décadas. Mas, com a idade ficou com a saúde debilitada e então, foi transformada. Imaginei que ela deveria ser muito importante para ele, e me sensibilizei com sua história. Durante todo o dia, descansei, li algumas instruções que me haviam sido deixadas, e mais alguns livros. Mais tarde, tomei um longo banho e enquanto me preparava alguém bateu na porta.

-Posso entrar?

Era Antoni.

– Claro, fique a vontade. – Falei enrolando-me em um roupão de seda.

Sentando- se ao meu lado, parecendo ignorar minhas condições pós-banho, comunicou-me que enquanto eu estivesse em meu treinamento, enviaria alguns professores e Ghouls de confiança para algumas atividades com Lorenzo. Aulas básicas de luta corporal, e até de alguns pequenos feitiços, caso ele mostrasse potencial.

– Isso é ótimo. O manterá ocupado e menos entediado… Bom, o que faremos a partir de agora? – Aproveitei para perguntar.

– Primeiro gostaria de lhe levar a um lugar. Vamos? – Falou esperançoso.

– É… Tudo bem. Irei apenas me vestir, digamos, adequadamente. – Falei duvidosa.

– Não há necessidade. É aqui perto… – Falou pegando minha mão já me conduzindo, sem me dar tempo para falar algo.

Toda aquela pressa me deixou receosa. Mas, ainda não havia conhecido o lado “informal” e jovial de Antoni…  Assemelhando-se a um garoto ao me levar por algumas escadas até a parte mais alta do casarão.  Fazendo-me até rir em alguns momentos por tamanha empolgação. Ao chegarmos, ele abriu uma porta que dava acesso a uma grande sacada. Parei por alguns instantes, vislumbrada. Era uma paisagem e tanto. O céu escuro destacava suas estrelas. A lua, imponente, iluminava toda a fazenda. Era possivel ver as montanhas cobertas por gelo e toda a propriedade. Ouvir as vozes das pessoas conversando e os animais ao longe. Ficamos em silêncio por longos minutos, nunca havia sentido tamanha paz desde que… Enfim, fazia muito tempo. Olhei para Antoni que me esperava sair daquele momento de devaneio e vislumbre.

– Eu costumo vir aqui sempre que tenho algo importante no que pensar ou para qual me preparar. – Disse ele, tranquilo – Sinta a energia que todo esse ambiente é capaz de lhe proporcionar, não é renovador?

– É sim! – Falei voltando a admirar a vista.

– Rebecca… Quero que guarde essa sensação com você. Essa energia pode ser muito maior. Mas antes, você precisará passar pelo isolamento, o que não é algo fácil. Já iniciou o jejum? – Perguntou-me.

-Bom, na verdade estou sem me alimentar de verdade, desde que chegamos. Mas, meu problema não é esse.

– Então, faz quase uma semana? Qual o problema?

– Uhum – Falei preocupada – Não é tanto tempo assim, mas não quero chegar ao ponto de perder o controle. Isso é necessário Antoni? Digo, o isolamento?

-Você não chegará a esse ponto. Mas, o jejum e o isolamento são importantes sim, para o primeiro ritual que participará conosco. Estude as instruções que lhe deixei. E lembre-se, estarei ao seu lado. Fique tranquila. – Falou aproximando-se.

– Obrigada. Estudarei sim e, acho que ficarei bem. – Falei desviando o olhar.

Antoni parou por alguns instantes, talvez pensando nas palavras certas. Mas sabiamente, resolveu deixar tudo como estava. Senti a brisa tocar meu rosto e ao guardar aquela sensação comigo, resolvi que era hora de me recolher, afinal não havia tempo a perder. Agradeci a Antoni novamente, e deixando-o voltei ao meu quarto para algo que lá no fundo ainda me apavorava… O isolamento.

4 comentários

  1. Hello meninas!
    Muito obrigada, fico contente por estarem curtindo.
    Farei o máximo para continuar com as postagens toda semana ^^

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