Juntamos alguns poucos mercenários, duas caminhonetes, enchemos de munição, granadas e fomos em direção ao acampamento. Tal lugar era em meio a mata, mas os carros conseguiram nos levar até perto. Descarregamos e perto das duas da manhã estávamos silenciosos e sorrateiros perto do lugar quando senti algo diferente.
Como descrever a sensação de que algo não estava certo? Difícil, mas foi como se alguém estivesse nos observando, quando um silêncio simplesmente vem e cala o mais irritante dos insetos noturnos.
Ao meu lado um dos camaradas escorregou e caiu espalhando pelo chão meia dúzia de granadas. O barulho fez algo se mover por susto e tudo o que aconteceu em seguida lembrou a sujeira, o fogo, o barulho explosivo que o melhor surround pode reproduzir ao longo de algum filme do Rambo.
– Come on!!!, Go, go go mothafuckers!!!
Fazia tempo que eu não via um vampiro tão empolgado numa briga, Julian me lembrou muito os vários perrengues que já passei com Franz e os outros do clã… Tiros, muitos tiros… lama, terra, sangue… ahhh o sangue… brilhando carmim em meio a reluzente vivacidade das explosões.
Porém em determinado momento o silêncio veio novamente aos ouvidos e o mais atento, nem mesmo sobrenatural ouvia nada… A paz dos sonhos surgia carregando a dor do pior dos pesadelos. Pois em seguida fomos envoltos pela mais espessa das sombras, que além da escuridão, segurou profanamente nossos movimentos corpóreos.
Envoltos pelas trevas
Fundir-se com a terra? Transformar-me naquela besta descontrolada? Várias opções vinham a minha mente, incluindo a transformação em névoa ou lobo… E o tempo passou, eu já estava me sentindo sugado e fraco, até que depois de séculos ali naquela câmera lenta um intenso brilho surgiu. Trazendo junto o som de explosão, seguido pela força de impacto que nos jogou para longe e dissipou parte das trevas.
– Fuck this shit – Xingou Julian, ao mesmo tempo que cuspia um pouco de sangue e se levantava.
– Que porra foi essa, será que usaram “tenebrae” em nós?
– Aye, provavelmente, mas lembrei que essa bosta se dissipa com fogo e ainda tinha uma granada.
– Boa, olha lá… Acho que é o puto fugindo!
Apontei, falei e sai o mais rápido que pude atrás do meliante. Iniciava ali uma perseguição que levou alguns minutos em meio a mata fechada, no qual levei vantagem por ser mais rápido.
– Para filho da puta!!! Gritei algumas vezes e soltei todos os tipos de xingamentos, como um bom brasileiro faria.
Derrubei-o e começamos uma luta que terminou apenas quando Julian chegou. Ele aplicou um mata leão e foi difícil conter o vampiro, que naquele instante aflorou as presas e tentou mudar de estratégia. Algo que foi em vão pois assim que me recompus peguei uma faca e enfiei com gosto em seu coração.
– Fica quieto caralho! Esbravejei uma última vez.
O vampiro caiu de joelhos, em seguida se deitou e ficou ali imóvel. Julian também se recompôs e começou a vasculhar os bolsos do prisioneiro.
– Uns trocados, esse smartphone e mais nada… será que é o cara mesmo?
– Não sei, mas a aparência ta parecida com o que contaram pra gente. Vamos levar ele lá pra perto do acampamento e ver o que ainda tá inteiro lá.
De volta ao Acampamento
Chegamos e a sombra das trevas ainda se misturava com a escuridão noturna. Alguns focos de incêndio, equipamentos destruídos e os gemidos dos feridos compunham aquele cenário de guerra.
– Acabei de ler a mente desse mothafucker, tem mais dois deles aqui pela região. – A medida que Julian falava, ele começou a arrancar a faca do coração do infeliz, e praticou algo que eu não via a tempos. O nome tradicional é “anima possessionem”, mas corriqueiramente os vampiros que praticam isso chamam simplesmente de “possess”.
Momento cultural a parte, após Julian remover a faca, o vampiro começou a reagir. Tentou se desvencilhar, mas meu amigo o segurou com todas as forças e aproximou a lâmina de sua garganta. Em seguida proferiu algumas palavras simbólicas e fez jorrar novamente o sangue do infeliz, que se debateu até ficar fraco e desmaiar novamente.
Julian afundou mais a lâmina, seguiu com mais palavras e por fim a cabeça do desgraçado foi removida. Ele jogou a cabeça aos meus pés e bebeu rapidamente o sangue que jorrou daquele corpo, que aos poucos foi se desfazendo.
– Cara mais de 10 anos que não assistia um de vocês fazer isso.
– Aye, você deveria fazer isso meu amigo. Trás alívio pra alma!
– Só se for pra alma do infeliz, ai… (eu ri) mas não te julgo… Algum lugar pra gente ir atrás dos dois que fugiram?
– Só estavam aqui esse e um Ghoul que fugiu. Os outros estão lá na Europa, desconfio que um deles sacaneou nosso voo até aqui.
Mds parecia q eu estava vendo filme, ai emoção DMS!
Quero mais!!
Ei Rambo porque choras ? Ferdinand do céu… Que foi isso ? Tô chocada passada, esperarei super pela parte 5 kk