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De volta à uma rotina nada normal – Parte I

Foram várias noites de viagem, com paradas em hotéis durante o dia. Ao longo do caminho aproveitei para passar em alguns lugares e resolver problemas com os negócios de algumas das empresas que “herdei” de Sr. Erner. Lilian e eu revezamos a direção, não por cansaço, mas porque ambas adoramos dirigir. Literalmente colocamos o papo em dia. Paramos em alguns bares e zoamos os caras que pensavam que éramos garotas indefesas se aventurando na estrada. Tivemos que trocar dois pneus ao longo do caminho, e para isso sim, acabamos precisando de auxilio, o que um pouco de sorte resolveu. Estávamos chegando em “casa” finalmente. Tudo o que eu queria era voltar para minha rotina nada normal. E, além disso, também queria dar um pulo para matar a saudade da Pepe e do Ferdinand e contar ao meu amigo – irmão minhas últimas peripécias, o que rendeu boas gargalhadas.

Passando-se algumas noites, mesmo com muitas coisas para resolver depois de ter voltado, e mesmo todos muito ocupados, marcamos uma reunião informal e ao final, eu, Pepe e Claudia deixamos os rapazes e resolvemos passar em um barzinho para curtimos uma noite mais tranquila entre amigas. No caminho, buscamos a Lilian e então, as meninas começaram com um assunto que, de certo modo, para mim era engraçado:

– Becky, você não vai mesmo conversar direito com Hector?- Perguntou Claudia.

– Conversar sobre o que? – Respondi distraída enquanto dirigia.

– Mas, você não gostou do tempo que passou por lá? – Disse Pepe, curiosa.

– Gostei sim. Mas tenho outros compromissos, outros interesses. Não poderia ficar lá o resto da eternidade.

– Mas, você veio embora sem se despedir dele. – Soltou Lilian.

– Não tinha porque me despedir, Lilian. – Falei rindo – Hector e eu somos bem resolvidos e desencanados. Cada um foi para um lado e ponto. Se tivermos a oportunidade de trabalharmos juntos novamente, ótimo. Senão, já valeu as experiências que tivemos.

– E que experiências eim… – Falou Lilian se abanando.

-Hahaha Chega de papo! Chegamos! Vamos curtir a noite?!

Confesso que só não viramos a noite, porque Claudia estava preocupada com Sebastian. Mas, nos divertimos, bebemos e rimos muito. Porém, por incrível que pareça, foi uma noite tranquila e sem aventuras, até certo ponto…

Estávamos voltando. Deixei Claudia e Lilian perto de suas residências. Pepe ainda iria um bom caminho comigo. Quando chegamos, ela perguntou se eu gostaria de dormir por lá, já estava quase amanhecendo. Agradeci, pois sabia que daria tempo de chegar a meu apartamento tranquilamente. Desci do carro, para acompanhá-la. Despedimos-nos e ela entrou.  Ainda rindo ao lembrar as bobagens que as meninas falaram sobre Hector, estava entrando no carro quando parei para observar um rapaz que vinha caminhando apressado enquanto um grupo de mais ou menos quatro ou cinco, vinham atrás, rindo, xingando-o e ameaçando – o.

– Hey viadinho. Nós vamos acabar com você!

Logo o alcançaram, fizeram uma distribuição de socos e ponta pés. Um deles quebrou uma garrafa de cerveja em sua cabeça. Fiquei ali, pensando se deveria ajudá-lo, estava um pouco cansada de agir como justiceira. Suspirei. Olhei o relógio. Um pouco mais de diversão não faria mal. Dei de ombros. Fui em direção ao grupo, que não percebeu minha presença. Usando um pouco da minha velocidade e força, joguei dois deles a certa distância com um único golpe, deixando os outros assustados e procurando quem havia feito aquilo. Foi quando apareci caminhando calma e graciosamente sobre meu salto agulha de 15 cm, em meio à escuridão das árvores, o que os deixou surpresos.

– Vocês não têm vergonha, bando de frouxos? Cinco contra um?- Falei apontando para o pobre rapaz.

– E você não se enxerga mocinha, há essa hora dando sopa pela rua? – Disse um deles me desafiando.

– Hum, olha o vestidinho dela, deve ser só mais uma puta. – Disse outro.

-Hahahah de mocinha a puta… Decidam-se! Ou melhor, deixem que eu lhes mostre o que sou!

Minhas presas estavam afloradas. A expressão demoníaca. Divertindo-me, rapidamente coloquei-me atrás de um deles e o mordi fazendo- o gritar. Os outros assustados saíram correndo mais surpresos ainda por minha força.  Assim que aquele verme desmaiou, deixei-o desacordado na calçada, certamente, acordaria pela metade da manhã, imaginando estar bêbado com um hematoma no pescoço. Empurrei – o com o pé e cuspi seu sangue no chão.

-Nossa, que super corajosos…

Fui até o pobre rapaz que havia apanhado daqueles delinquentes. Estava muito ferido e os cortes que havia levado o fizeram perder uma grande quantidade de sangue. Em meio aos ferimentos não deixei de observar que ele tinha lindos olhos verdes, que no momento reviravam-se e piscavam rapidamente. Foi quando me lembrei sobressaltada, da hora e do maldito sol.

-Droga, já está amanhecendo. – Falei comigo mesmo.

Não havia tempo para ajudá-lo. Seria mais fácil simplesmente deixá-lo ali, estava quase morto. Mas, no impulso fiz outra escolha, que até então eu não sabia ter sido ou não a mais correta…

5 comentários

  1. Gostei da história! Muito boa! Acho ridículo esse homofóbicos xingando e batendo nos homosexuais! Eles deveriam morrer!!

  2. Boa ^^
    odeio esse tipo de covardia.
    Estavam se achando com a desvantagem
    agora acho q eles devem estar com medo ate de sair de casa.
    Infelizmente eles tiveram sorte de ja esta amanhecendo poderia ser bem pior.
    Bjinhosss… 😀

  3. Legal mas.. eu te enviei un email a un tenpao por que nn me resPondeu ? Eu nn mordo .. talvez .. Mas eu queria ajuda, tirar umas duvudas ctg se for possivel me respondef la ou aq * marjorystella@gmail.com *

    • Olha, se for relevante até respondo, mas isso não quer dizer que ajudo a todos que me pedem algo. Além disso, tenho uma fila de uns 80 ou 90 e-mails, que precisam de respostas mais elaboradas e se o teu tiver relevância suficiente provavelmente deve estar nesta lista 😉

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