Sei que já faz algum tempo que não falo de minhas tantas histórias do passado, mas hoje eu vou contar sobre algo que ocorreu comigo no Brasil antes de eu hibernar. A data como sempre é algo que está em alguma esquina oculta de minha memória, apesar disso, provavelmente foi na década de 40. A cidade foi o Rio de Janeiro, local no qual eu não tive muita tranquilidade e que foi decisivo na minha ideia de dormir por alguns anos.
Pois bem, era uma época ímpar, a época do alge dos ”malandros” que enchiam os bares todo final de tarde para tomar cerveja, namorar, trapacear e obviamente tocar Samba ou Bolero. Para quem não conhece esses ritmos, eles eram algo musical que deram origem ao pagode e a outros ritmos nacionais populares brasileiros de hoje. Inclusive acho que foram eles que originaram esse tal de Funk, que na minha opinião é um ritmo de gosto duvidoso.
Então lá estava eu no verão do Rio de Janeiro, em plena praia de Copacabana próximo das 20 horas. Um local pacato apesar dos grandes prédios e hotéis como o Palace que já circundavam a região naquela época. Lembro-me como se fosse ontem do cheiro de vacas que vinha do estábulo do seu José Marques. Um português que vendia leite recém ordenhado e também de algumas pessoas que ainda circulavam pelas ruas em seus cavalos, afinal os carros ainda eram muito caros.
Eu andava a pé em direção ao Cassino Atlântico, que inclusive foi fechado um pouco depois desse episódio em 1946. Vejo passar por mim um carro barulhento e dentro dele uma mulher e um mancebo. Percebi algo sobrenatural na mulher, mas nada muito forte e continuei minha caminhada.
Ao chegar no estabelecimento, senti novamente aquela presença da tal mulher do carro. Dou umas voltas pelo local. Várias mesas, uma roleta, e claro várias salas com carteado. Nunca fui muito bom no carteado, mas o pôquer sempre me atrai e resolvi entrar em uma das saletas para algumas partidas.
Fiquei um tempo entre os gracejos dos senhores e de suas damas de companhia. Ganhei algumas partidas, perdi outras e resolvi parar depois de umas nove ou dez rodadas. Logo que sai da saleta eu sinto a presença e ao longe a tal mulher. Ela usava um vestido vermelho um pouco curto para a época, um salto alto e um chapéu branco decorado com penas pretas. Ao seu lado estava o tal mancebo que dirigia o carro barulhento. O tal cara era um figurão, vestia uma calça bege, chinelos e um blazer da mesma cor da calça, mas sem nada por baixo deixando a mostra o seu peito e barriga torneados e bronzeados. Ou seja um belo rapaz rico com uma meretriz?
Ok os humanos até podiam pensar dessa forma, mas eu percebi ao vê-la de perto que era uma vampira nova. Como estava sem o seu tutor, acredito que estava nas suas primeiras caçadas sozinha ou em algum teste de habilidade.
Aproximei-me e acenei com a cabeça quando passei por eles. Percebi que ela me cumprimentou um pouco desconfiada, mas continuei em direção ao salão principal. Já no salão resolvi brincar um pouco com os dados e não demorou para que uma meretriz se aproximasse. Neste dia eu estava bem barbeado e apresentável, usando uma calça preta, um sapato sem meias e uma camisa branca dessas que mostram um pouco do peito e mais soltas no qual eu não sei o nome.
Logo de cara a moça ficou com a mão na minha cintura, percebi que ela queria algo a mais que minha carteira e dei a chance dela mostrar o seu serviço. Entre algumas caricias e afagos resolvi que a moça precisava de um pouco de afeto e lhe disse que ela podia me acompanhar pelo restante da noite. O engraçado é que esse tipo de mulher nem se importa com o meu toque gelado e algumas chegam até a achar que é charme e querem me aquecer.
Entre chamegos e carícias me surge novamente a mulher de vermelho com seu mancebo que já estava bem alcoolizado, falando alto e cambaleando. Não demorou para que ele tropeçasse em algo e fosse ao chão. Como estava perto aproveitei para me aproximar, lhe ajudei a levantar e ir até o carro. Deixei minha companhia dentro do cassino e fui matar minha curiosidade, mesmo sabendo que isso poderia atrapalhar a caçada da vampirinha, afinal algo tinha me atraído nela.
Já no carro a senhorita de vermelho me fala.
– Obrigado, mas eu não sei como ir embora, pois não sei dirigir.
Então eu circulo em volta do carro, vou em sua direção e próximo de seu ouvido sussurro algumas palavras:
– Coitadinha da pobre dama indefesa que não sabe dirigir.
De imediato pela aproximação ela percebeu que eu também era vampiro. Deu um passo para trás e com vergonha me diz com sotaque espanhol.
– Desculpe ainda não sei reconhecer bem os nossos.
E assim eu havia conhecido a Delcine, uma vampirinha novinha, um cassino breve que tive e que mais tarde inclusive passou um tempo na Europa com minha irmã Eleonor. Até que ela era bonitinha e jeitosinha, mas era um tanto burrinha e alguns anos depois, enquanto eu já hibernava, ela foi assassinada por um caçador.
Ahh sim o que fizemos depois que nos conhecemos no carro? Passamos algumas noites usufruindo dos luxos daquele seu mancebo. Uma das poucas e boas lembranças daquela época e daquele lugar.
boa lembrança um tanto triste no final …….. pena que ela foi assassinada…….
olha é estranho o jeito como as coisas são tipo…parece que hoje em dia alguns vampiros transformam os outros e nem para ficar e ensinar-lhes a se defender simplesmente somem por ai
antigamente era diferente ou era a mesma coisa??
Amanda querida, não sei quais vampiros que tu conheceu que abandonaram suas crias. Eu em todos os meus vários anos de existência nunca conheci alguém que tenha feito algo do tipo com seus pupilos. Mesmo por que o “mestre” do vampiro novo é punido caso sua cria cometa algum ato que comprometa o bem estar de todos, portanto é melhor tê-los por perto sabe?
Bjs
se a moça que conheceste era nova onde estava aquele que a criou? ……. ta ai um problemis num conheço nenhum vampiro
Bom o mestre dela não estava com ela naquela noite. Quando eu digo que o vampiro é responsável por sua cria, não quer dizer que eles sempre andem juntos, entendes?
Tudo o que eu sei sobre a morte da Delcine é que ela sofreu uma emboscada de alguns caçadores e não conseguiu escapar. Não sei se o senhor dela estava junto ou o que provocou exatamente a morte dela…
nossa deve ser triste néhh…….achu a maior mancada caçador X(
Lembraças interessantes essas suas , Bom obrigada por dividir com todos…
Olá a todos 😀
Bem realmente a Delcine teve um final trágico….mas pelo menos Galego como mesmo disses-te ficaram as boas lembranças e as boas lembranças nunca se esquecem…:)
existe alguma regra p se criar novos vampiros?
tipo soh pode ser transformado depois dos 18 anos ou alguma coisa assim?
Oi Walkyria tudo bom?
Então, não existe nada muito explícito sobre isso, pois todos os “os senhores da noite” tem certo livre arbítrio para escolher as suas crias.
Todavia o bom senso diz que a cria deve oferecer algum tipo de vantagem ao seu “senhor”.
Pode ser que a cria tenha influencia política, ou que seja dominante de alguma arte marcial ou habilidade que aprimore as necessidades do vampiro.
Existem vampiros que foram transformados quando eram menores de 18 anos, mas eu acredito que fazer isso com crianças ou adolescentes trás mais problemas do que soluções.
No fundo a transformação de menores apenas pode suprir a necessidade de ser pai ou ter um “mascote”.
legal…
e serah q vc pode me passa seu msn? ou facebook?
Legal, gostei da história. Galego que característica o faz reconhecer um dos “seus” ?
Pergunta extremamente interessante!
Um vampiro consegue sentir as energias que circulam os corpos dos seres.
É algo que se pratica e pasme, até os humanos podem saber como fazer isso.
Resumindo, cada ser tem uma emissão de energia diferente, um cheiro diferente e no meu caso um gosto diferente.
( Comentário relativo à postagem: O efeito das drogas nos vampiros.- Tive que postar aqui, porque lá não está sendo possível comentar mais, pelo menos eu não consegui. )
Calma pessoal, não vim aqui pra ofender ninguém, estou aqui apenas pra tentar conversar com o Galego, mas ele continua me evitando, por isso falei algumas coisas pra tentar chamar a atenção dele, mas quanto a “ameaça”, não lembro de ter feito ameaças a ninguém, mas lógico que pretendo conhecer ele pessoalmente um dia. Quanto ao ser vampiro Lella, não sei o que tu acha que sabe sobre esse assunto, mas se quiser conversar comigo também, assim como fez o Jeff, eu aceitaria numa boa. Agora quanto ao Galego, espero que ele deixe de me evitar, porque to achando que é isso, só não entendo o porquê. E me desculpem se eu peguei pesado, como falei antes, só queria um pouco da atenção do Galego, gostaria de conversar com ele, só afins de curiosidade e conhecimento, uma troca mútua de conhecimentos eu diria. Vou deixar meu e-mail aqui, quem quiser me adicionar… magnusdurand@hotmail.com.
Espero que eu tenha sido claro o suficiente de que não estou afim de discutir, estou afim de conversar, né Jeff !?
Boa noite.
Magnus tentou falar comigo? Hummm não recebi e-mail nenhum, nem muito menos comentários em qualquer outro lugar. Meus e-mail, msn, e twitter continuam os mesmos. Por favor entre em contato nestes locais 😉
eita parece que o Magnus Durand arrefeceu os ânimos e eu que achei que ia ter um pega de vampiros hahahaha, muito boa história Galego se yiver mais histórias natigas conta aí pra nós.
e galego canta ai eu estou entusiasmada pra saber de mais historias do passado ou do presente que seja valeu boa tarde pra vc